3 séries sobre família para você maratonar

3 séries sobre família para você maratonar
Tempo médio de leitura: 3 minutos

Modern Family, This is Us, Grace e Frankie. O que estas três séries têm em comum? Elas mostram, cada uma a seu modo, relações familiares. Em tempos de pandemia, quando precisamos fazer isolamento social, assistir a essas séries traz um gosto agridoce: ao mesmo tempo que trazem entretenimento, elas nos lembram de um tempo em que podíamos conviver com as pessoas que amamos. Até as brigas parecem carregadas de nostalgia…

Enquanto não temos a (s) vacina (s), recomendo maratonar essas três séries. Além de serem de alta qualidade, elas nos trazem um pouco desse clima “almoço de domingo”, adiado por um tempo, na vida real…

Modern Family é uma série de comédia. Três núcleos familiares, mas todos conectados ao do patriarca Jay. As primeiras temporadas são mais engraçadas, mas recomendo assistir até o fim. A série faz rir, mas, ao mesmo tempo, traz questões sensíveis e delicadas: vemos como Jay tem dificuldade de expressar seus sentimentos e como isso marcou seus filhos, Claire e Mitchell. No decorrer das temporadas, Claire passa a trabalhar com Jay e isto os reaproxima. Mitchell, que na juventude teve medo de se assumir homossexual, percebe que o pai o ama e o aceita. As fragilidades e a força de cada personagem, assim como o amor que nutrem uns pelos outros, trazem momentos emocionantes. E Phil, marido de Claire, é responsável pela maior parte das risadas: ele é hilário.

Grace e Frankie, na mesma mesma “vibe” de Modern Family, é também uma série de comédia com momentos sensíveis e emocionantes. Grace e Frankie são casadas, respectivamente, com Robert e Sol. Em um jantar onde estão presentes os 4, os maridos trazem uma revelação: são homossexuais, têm um relacionamento há anos e vão se separar das duas, para se casarem. As duas acabam, pelas circunstâncias, morando juntas na casa de praia que os dois casais haviam comprado juntos. Uma não poderia ser mais diferente da outra. A princípio, Grace parece odiar Frankie. Mas… Com o tempo, elas se tornam grandes amigas e passam a se proteger, a cuidar uma da outra e várias situações surgem a partir desta amizade. As relações das duas com os ex maridos, com os filhos e com outros amigos trazem momentos sensíveis, belos e até mesmo profundos. Mas o que mais senti foi inveja de Grace e Frankie, por encontrarem uma amizade como a que elas constroem. É, de fato, bonito de se ver.

This is Us não é uma série de comédia. É drama, desses de fazer chorar em todo (ou quase todo) episódio. Mas vale muito, porque é uma série que nos faz repensar muito sobre vários aspectos de nossa vida e de nossa forma de nos relacionar com as pessoas. A série não é linear cronologicamente: passado e presente são apresentados como se fossem simultâneos, mas rapidamente conseguimos perceber quando é um e quando é o outro. Vemos a família de Jack e Rebecca e seus três filhos, Kevin, Kate e Randall. Os personagens e suas narrativas são construídos paulatinamente, uma vez que é como se fôssemos acessando as lembranças de cada um. Assim, temos diferentes perspectivas sobre os fatos e vamos compreendendo, gradualmente, as razões, motivações e até mesmo os traumas que carregam.

Há muitos personagens em cada uma das séries mencionadas e cada um deles traz um universo emocional relevante. O mais interessante, porém, é ver como se dão as interações entre eles. Seja em tom de comédia ou de drama, uma coisa fica clara nas três produções: precisamos uns dos outros. Por esta razão, encerro a resenha com um diálogo presente em This is us, entre Kevin e Randall:

Kevin: “Não tenho sido um bom irmão para você…”

Randall: “Bom, você ainda tem tempo”.

Raquel Andrade

Raquel Andrade é graduada em Letras (UFMG) , tendo cursado um semestre na Wayne State University (Michigan, Estados Unidos), onde estudou literatura e cinema. Mestre em Literatura (UFOP), dissertou sobre o livro “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë, e três adaptações deste romance. Já lecionou idiomas em várias escolas e atualmente é autônoma, ainda trabalhando com ensino de línguas e tradução. Traduziu um conto de Hemingway e já realizou tradução consecutiva, entre outros trabalhos. Apaixonada por livros, séries, filmes e tudo que envolva a sétima arte.

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